quinta-feira, 10 de novembro de 2016


Sigur Rós é uma banda de post-rock e experimental da Islândia muito conhecida por suas melodias, clipes e álbuns profundos e epifânicos. Mais do que quem produz, quem ouve é quem expressa melhor a essência da banda e está aí o grande paradoxo: poucas pessoas conhecem o islandês (íslenka) e mesmo assim há uma unanimidade semântica quanto ao que se entende ouvindo os rapazes das terras de gelo: é só sentimento. 
Concerto ao vivo

Documentário Heima (2008) de apresentações ao ar livre nas paisagens da Islândia.

Estamos diante de algo poderoso porque não há coordenadas codificadas de significados como a língua se propõe a ser e isso revela muito sobre quem somos e o que há de mais profundo e bonito no mundo. Somos humanos e a linguagem nos define enquanto humanos; este poderoso poder simbólico que nos cerca e que nos dá autonomia criativa e deleite contemplativo quanto à toda criação. Sigur Rós nos mostra que o significado na Arte transcende o código, é o próprio ato de dizer, é a própria forma de se cantar, é o próprio canto, a própria existência agindo e respirando. Ouví-los sempre soa como mergulhar em um mar de sonhos, de respiros profundos no ar gelado e com sol tímido das terras nórdicas. Puro deleite!

Assista você a esse clipe belíssimo de "Glósoli", uma das minhas músicas preferidas de todo o repertório dos rapazes nórdicos: