terça-feira, 11 de dezembro de 2018


2018 foi um ano esquisito, rápido demais, cheio de tensões políticas e sociais e eu diria até que  morno musicalmente, mas ainda bem que houve artistas que ousaram  falar de beleza, apesar de toda a situação caótica em que nos metemos.

Eomo em todos os anos, decidi fazer uma listinha que já venho fazendo em playlists do Spotify desde o começo do ano para compartilhar e sei que ninguém pediu minha opinião sobre, mas mesmo assim estou jogando, pois como dá pra notar: tenho muito tempo livre.

Meus critérios para a escolha dos discos e que me fizeram passar quase uma semana reouvindo e analisando tudo, são simples, primeiro eu procurei discos que a) gostei tanto que não parei de ouvir e b) não ouvi tanto mas amei demais. O mais complicado para mim foi a ordem de preferência, tem muitos discos que provavelmente irei me arrepender depois de ter colocado em determinada posição e tem outros que desde que ouvi já sabia que ocupariam pelo menos o top3. Depois de muito fone no ouvido e tempo sobrando pra escrever o que senti ouvindo, aqui estão os melhores discos de 2018 segundo a revista EU.



NACIONAIS

14. Where lights pours in - GUSTAVO BERTONI

Com uma melancolia que lhe é característica, Gustavo Bertoni, vocalista da banda de rock Scalene, nos apresenta uma obra (em inglês, vale salientar) que vai de relacionamentos, questionamentos existenciais e autocrítica, permeada de rock alternativo, pop-rock, baladas folk, com uma lírica poética que só Bertoni é capaz de nos proporcionar.

Não ouvi com frequência este álbum (esse é um dos critérios para estar nesta lista), mas toda vez que paro pra ouvir, fica impossível não se encantar.

Thai indica: Bluebird Be here now

13. Gente - PRISCILLA ALCÂNTARA

Priscilla Alcântara, a menina do PlayStation, tem uma imensa lista de álbuns lançados, mas nenhum causou tanto burburinho quanto Gente.

Com o propósito estético e conceitual de ter na linguagem uma ponte com todas as pessoas, a obra de Alcântara é pop com arranjos bem desenhados e construídos tendo como inspiração a música eletrônica e falando acerca de dores e conflitos, assuntos que conversam com todos os tipos de pessoas. 

Thai indica: Liberdade e Florescer

12. O Extraordinário em Nós - PAULO NAZARETH

A Crombie acabou deixando uma tristezinha no coração de quem acompanhava a banda de Niterói-RJ, mas para os saudosos, Paulo Nazareth não decepcionou: lançou um EP doce, cheio de poesia, brasilidade e serenidade, como todos nós gostamos.

Thai indica: Vai ver e O extraordinário em nós

11. Sinto Muito - DUDA BEAT

A produção visual de Duda Beat, artista recifense, evoca o retrô, mas não acaba só aqui. Colocando elementos do brega, pop, r&b, mas sem perder a brasilidade, o primeiro disco da cantora, que ganhou na categoria revelação da APCA, é uma viagem de timbres, arranjos e beats incríveis (como o prometido) tudo enquanto aborda sobre fins de relacionamento.

Thai indica: Pro Mundo Ouvir e Derretendo

10. Confissões - JEFERSON PILLAR

Como já falei na minha resenha, difícil é ver cristãos artistas dispostos a fugirem da performance e entregarem sua humanidade em música, mas assim fez Jeferson Pillar, cantor adventista. Sua mais recente obra, Confissões, foi companheira de muitas devocionais e momentos decisivos da minha vida com Deus durante este ano. 

Espere ser confrontado com a sinceridade de Pillar como eu fui, e quem sabe fazer das orações dele as nossas.

Thai indica: Fantasias e Quem me dera

9. Espelho - DRIK BARBOSA 

O hip Hop é um gênero predominantemente masculino e, por esta razão, fica-se apenas uma versão contada, mas ainda bem que temos Mrs. Lauryn Hill, Janelle Monae, Rimas & Melodias e também Drik Barbosa. Numa fusão interessante entre rap e R&B, não conseguimos dizer onde Drik começa cantando ou termina rimando, é tudo parte de sua identidade nesse primeiro EP que, como o título denuncia, fala de suas vivências e a sua versão da história.

8. Deus é Mulher - ELZA SOARES 

Vindo de um dos discos mais importantes dos últimos tempos (A mulher do fim do mundo) alçando lugares impressionantes como a lista dos 50 melhores álbuns de 2016 na revista conceituada Pitchfork, Elza Soares está em plena forma e nos entrega uma obra que parece ser continuação do disco anterior. Falando do feminino, do orgulho negro, da denúncia contra o racismo, Deus é Mulher é inquietante, cheio de arranjos complexos e com uma mensagem importante para os nossos dias.

Thai indica: Dentro de cada um e O que se cala

7. Cura - VIRATEMPO

Sei que um dos critérios para se estar aqui é eu ter ouvido muito, mas Cura foi uma descoberta apaixonante apos ter ouvido o podcast "Vamos falar de música?" Em que eles indicaram essa banda que, pode-se dizer, toca dream pop.

Apesar de não ter escutado muito e de ter descoberto há menos de 2 semanas, Cura ocupa este lugar por simplesmente ser lindo, delicado, bem produzido e encantador.

Thai indica: Floresça e O quarto (feat. Gab Ferreira)

6. Crise - RASHID

Eu não era fã de rap, tinha aquele ar prepotente de achar que música era apenas o fino MPB, o folk, o indie... Não sabendo eu que o rap é o lugar em que não há conforto, em que o dedo na ferida faz sangrar, em que meu povo e minha classe são protagonistas. Enfim, cresci e amadureci e Rashid, uma das primeiras entradas minhas para o hip-hop, foi um dos responsáveis por isso, esse ano, lançando Crise, um álbum rico e liricamente dúbio ao falar de grandiosidase e questionamentos internos.

Thai indica: Estereótipo e Se tudo der errado amanhã (feat. Ellen Oléria)

5. Tônus - CARNE DOCE

Em 2016 eu via muitas publicações de conhecidos acerca do Princesa da Carne Doce. Ouvi algumas canções e simplesmente não bateu o santo, pois como gosto de afirmar, não sou indie suficiente pra ouvir coisa experimental demais. Desde então tinha tomado uma certa distância da banda pela experiência ruim que tive ao ouvi-los.

Mas este ano foi diferente. Após ouvir novamente o podcast "Vamos falar de música?" fui persuadida pelos comentários positivos dos participantes da conversa e dei uma chance ao novo lançamento Tônus com uma capa curiosa.

Foi um acerto e tanto! Tônus é um dos discos mais bonitos do ano e não sai dos meus ouvidos. Temas como: feminino, libertação sexual, aceitação fazem com que a gente se sinta constrangido como se estivesse ouvindo confidências dolorosas de uma amiga.

Thai indica: Tônus e Irmãs

4. Como, então, viveremos? - OS ARRAIS

Quem me conhece sabe o quanto admiro os irmãos Arrais. Há algo de inspirador e teologicamente desafiador em suas letras e não poderia ser diferente com Como, então, viveremos? Um EP que fecha a narrativa iniciada em Mais (2013) questionando acerca das dores cotidianas e como podemos transformá-las em começo nesse espaço de tempo que ainda temos, sem apresentarem respostas, mas apenas perguntas. Como cristãos não estamos acostumados à dúvida angustiante de alguns salmos, mas André e Tiago Arrais parecem querer nos deixar confortáveis. E que bom por isso!

Thai indica: Instante e Dia

3. Brasileiro - SILVA 

Assim quando saiu, lembro de ter ouvido sem intervalo de tempo por semanas a fio e isso foi tão intenso que desde então nunca mais escutei.

Brasileiro do capixaba Silva me encantou por causa da homenagem ao nosso país em um tempo em que estava (e está) difícil de se orgulhar. Foi um raio emocional ouvir samba, batidas de maracatu, Bossa nova como formas de alimentar um amor por este país tão cheio de conflitos e indefinição.

Thai indica: Milhões de Vozes e Prova dos Nove

2. Bluesman - BACO EXÚ DO BLUES

Sem sombra de dúvidas, Bluesman foi o lançamento mais importante do ano e Baco Exu do Blues parece cada vez mais próximo do que poderia ser um dos nomes mais respeitados da nossa música, principalmente por trazer ao mainstream algo tão importante e bonito quanto esse disco.

Coeso e complexo, Bluesman desde a capa explora o conceito de fuga dos estereótipos aos negros. Masculinidade negra, saúde mental, vulnerabilidade e grandiosidade são os elementos que constroem uma narrativa de destruição do que é considerado bom para um negro ser "aceitável" na nossa sociedade.

Thai indica: Minotauro de Borges e Flamingos (feat. Tuyo).

1. Pra Curar - TUYO

Em primeiríssimo lugar está o álbum mais esperado do ano pra mim e o primeiro do trio curitibano de quem sou fã e tenho laços emocionais para toda vida, TUYO.

Vindo como continuação narrativa de Pra Doer, EP lançado no ano passado, Pra Curar pode parecer uma promessa não cumprida, pois faz doer mais, mas talvez seja o grande trunfo da lírica do trio: para que haja cura, tem que enfrentar a dor.

Com produção impecável e meticulosa, o álbum é recheado de arranjos incríveis, sintetizadores, riffs ds guitarra, linhas de baixo e beats de Jean Soares como acompanhantes das harmonias vocais e orgânicas das irmãs Lilian e Layane nos entregando algo difícil de dizer em palavras, mas como diria o meme antigo: só se sabe sentir.

Thai indica: ;'( e Vidaloca



INTERNACIONAIS

15Sweetener - ARIANA GRANDE

O ano não foi fácil para Ariana Grande, o mundo todo viu a tragédia que ocorreu em seu show, fins de relacionamento, ex-namorado morto por overdose e mesmo assim, a nova princesinha do pop DESSA GERAÇÃO (Britney, nunca que vão tirar seu lugar) transformou toda dor em um bem produzido álbum que trouxe o r&b old school pra o pop novamente. É de cair o queixo ouvir os beats e melodias com vocais de R&bzão e por isso merece estar nessa lista. 

Thai indica: God is a Woman Borderline (feat. Missy Elliott)

14. Bloom - TROYE SIVAN

Eu tenho uma playlist chamada "pop do fino" e lá coloco todos as músicas pop que considero bem feitas, bem produzidas, porque eu não sou indie suficiente (e graças a Deus) pra gostar de coisa sem ser palatável de apreciar e aí vem esse menino aqui, novinho, com um álbum todo bem produzido, cheio de arranjos bonitos, aproximando-se do indie-pop, homenageando The Smiths, tocando em assuntos interessantes e importantes. Poxa, não tem nem como deixar de fora.

Thai indica: What a heavenly way to die Dance to This (feat. Ariana Grande)

13. Last day of Summer - SUMMER WALKER

O Spotify é o responsável por muitas descobertas que tenho graças ao recurso da rádio que muitas vezes me irrita, pois ocorre ao fim de um álbum que ouço. Em um desses dias eu fui presentada com o single CPR dessa então desconhecida com um nome artístico interessante. Fiquei CHOCADA, parei tudo porque, quem me conhece sabe que sou apaixonada por groove, r&b old School, músicas com baixo forte e de repente me vejo ouvindo uma canção com tudo o que eu gostava.

R&B do bom, r&b raiz, com baixo forte, beats com.aquele gravão, sabe? Mesmo assim, com um pé na melancolia, ousando em sintetizadores, piano de jazz e guitarras. Algo bonito mas não piegas ou datado, é isso que The Last day of Summer, um ótimo trocadilho com o nome da artista, é.

Thai indica: Shame CPR.

12. 7 - BEACH HOUSE

Lembro de ouvir pela primeira vez Beach House quando estava procurando o que assistir na tv e parei no canal BIS, com um show no estilo live Sessions eles tocavam "walk in The park" e eu lembro de ficar de olhos parados, captando toda aquela atmosfera obscura e estranhamente triste. Mais tarde descobri que eu sou fã de shoegaze, subgênero do rock que  nem sabia que existia, e tudo por causa deles (mesmo, na verdade Beach House sendo indie rock e dream pop).

7 é o título para o sétimo álbum (dãá!) e tem tudo aquilo pra quem gosta de música triste com muitas guitarras em peso fazendo melodias bonitas com vocais femininos.

Thai indica: Woo L'incontinue 

11. A Table full of strangers, Vol.2 - JASON UPTON

Jason Upton é um dos nomes mais conhecidos do que é comumente chamado de worship music nos Estados unidos, mas diferentemente do que marca sonoramente o "gênero", eu o considero mais um salmista moderno. Suas canções são extremamente intimistas, cheias de poesia de quem vê Deus no seu dia-a-dia e por isso me emociono tanto ao ouvir. O projeto "A table full of Strangers, Vol.2" é a continuação do disco lançado em 2017 e traz canções intimistas que versam sobre orações de enternecimento e encantamento diante da revelação de Deus na natureza, na vida e na diversidade das pessoas. Foi um disco que me acompanhou em muitas devocionais este ano. 

Thai indica: Home to me Only from You

10. Dirty Computer - JANELLE MONÁE

Mesmo se o álbum fosse ruim, eu colocaria nessa lista só por essa capa que mais parece um quadro de exposição de Arte. Janelle Monae traz em Dirty Computer o conceito do defeito no sistema como metáfora para todos os que não se adequam à "normalidade", falando de identidade e libertação sexual das mulheres e questões relacionadas às comunidades negra e lgbt. Além do disco, que na sonoridade não desperdiça guitarras (inclusive do próprio Prince) misturadas aos beats de r&b e pop, a cantora também nos presenteia com um curta-metragem contando a narrativa do disco. Vale a pena.

Obs.: A transição entre Screwed Django Jane, na parte do rap, há o melhor momento do álbum. Enjoy!

Thai indica: Screwed (feat. Zoe Kravitz) Don't judge me 

9. Lost & Found - JORJA SMITH

Ainda no clima de r&b, para abrilhantar esta lista não podia faltar a neném Jorja Smith. A britânica já estava dando o que falar com alguns singles que soltava, tendo um estoicismo bêbado na voz (que condiz com seu olhar também haha) e ousadias técnicas que a aproximação do neo-soul. Vale a pena ouvir e reouvir esta ótima estreia.

Thai indica: The One February 3rd

8. Be The Cowboy - MITSKI

Como dá pra perceber, esta lista está repleta de descobertas musicais e Mitski é uma delas. Be The Cowboy é o 5° álbum de estúdio da japonesa naturalizada americana da cena de nova York. O disco é carregado da melancolia de alguém que deseja ser escutado em todas as suas dores, mas que para isso sempre parece ter que recorrer a outra identidade para ser aceita e, por esta razão, segundo a própria artista o título do álbum é justamente se transformar no herói branco americano: o cowboy, para assim ser ouvida em todos os aspectos: aceitação étnica, amor, gênero. Ouça em dias que estiver bem para não cair na bad.

Thai indica: Geyser Old Friend

7. Suite No. 1 Oh Dreamer - THE BRILLIANCE

Fazer música confessional cristã sempre parece cair nos lugares comuns de rotulagem Worship, de louvor e adoração, ou seja, voltadas para a igreja. The Brilliance, assim como em todos os seus outros trabalhos, faz um trabalho para fora dos portões do templo. Em Suite No.1 Oh Dreamer (2018), em tempos duros de xenofobia num governo trumpista nos EUA, tendo a igreja evangélica branca americana no poder, a obra funciona como uma profecia contra a igreja americana, com duras denúncias do pecado da insensibilidade e da falta de amor para com os excluídos, tendo, literalmente a figura do estrangeiro, do imigrante como os pequeninos de Cristo, tendo peças de piano, orquestras e música eletrônica como pano de fundo.

Thai indica: Stranger Don't you Let Go

6. Evening Machines - GREGORY ALAN ISAKOV

Existem certos artistas pelos quais tenho um certo apego emocional e que sempre me fazem ter sentimentos inexplicáveis ao ouvi-los. Sinto isso quando ouço Sufjan Stevens, Tuyo, Brooke Fraser, Bon Iver e... Gregory Alan Isakov.

Não poderia ser diferente com o mais recente disco do americano; Evening Machines mantém a identidade de folk triste, algo com violão desenhando o clima da música, melodias doces e voz marcante, a tudo isso acrescenta-se a ousadia de flertar com o indie e o pop-rock. 

Thai indica: Chemicals Dark, dark, dark

5. Flowers - HALFNOISE

Zac Farro é o músico que mais admiro da banda Paramore (me perdoa, Hayley) e tudo porque vejo uma criatividade pulsante em suas obras. A Halfnoise, banda de um homem só, já passeou pelo post-rock, indie-pop, disco, funk anos 70 e cá estamos nós em 2018 com o EP Flowers com algo parecido com surf-music e rock anos 60, com um clima agridoce de término de relacionamento. 

Thai indica: Every single time Always Young

4. Room 25 - NONAME

Ainda este ano estava pesquisando aqueles pequenos shows da NPR (o Tiny desk) e dei de cara com essa menina jovem rapper de nome artístico interessante. Fiquei encantada com o flow escorregadio, derretido, como se fosse algo parecido com Chance The Rapper, falando de coisas ácidas com um sorriso no rosto.

Noname então lança Room 25 (2018) primeiro álbum, já que Telefone de 2016 é uma mixtape e já na primeira canção, embalada pelo costumeiro jazz de base (qualquer pessoa que aprecie um instrumental fino, enlouquece ouvindo isso aqui), Noname mostra a que veio, falando abertamente que ela não dá nenhuma importância para o que esperam de um álbum de rap, gênero predominantemente masculino. Ela não estaria ali pra falar sobre o que eles falam, ela falaria dela mesma.

Thai indica: Don't forget about me With you.

3. Clean - SOCCER MOMMY

Em um dia de semana enquanto lavava os pratos, momento em que tenho minhas maiores epifanias musicais, descobri essa banda de música como eu gosto: rock triste com dedilhados de folk e vocais femininos. 

Soccer Mommy foi uma das melhores descobertas do ano e seu mais recente disco Clean me acompanhou ainda por várias lavagens de pratos.

Thai indica: Still Clean Wildflowers

2. Everything is Love - THE CARTERS

Beyoncé e Jay-Z são forças da natureza e ninguém pode negar. Todo o mundo ou pelo menos quase todo o mundo acompanha a carreira desses dois que provam a todo o tempo como podem ser o que quiserem mesmo que as circunstâncias digam o contrário. Everything is Love vem para fechar o que poderia ser a trilogia sobre o relacionamento do casal musical mais famoso do mundo, trilogia iniciada por Lemonade (2016) de Beyoncé, seguido de 4:44 (2017) de Jay-z, cada um falando das dores que carregaram na crise do casamento, mas na verdade usando suas dificuldades matrimoniais para metaforizarem sobre a solidão da mulher negra (Lemonade) e a masculinidade negra tóxica (4:44). O fim da jornada desse universo mítico em torno do casamento dos dois vem como uma festa ostensiva de reconciliação com esse disco que tem uma das capas mais bonitas que já vi. Um disco que fala sobre a riqueza, o orgulho de ser preto, a celebração por terem alcançado postos grandiosos não apenas na música, mas na cultura pop, enfrentando e vencendo todas as barreiras racistas. 

Obs.: Beyoncé tem um flow INCRÍVEL. Poderia ser uma boa rapper.

Thai indica: Black Effect Apeshit

1. Boygenius - BOYGENIUS

Eu sou apaixonada por Julien Baker a ponto de ter assistir todos os três concertos no NPR Tiny Desk após ouvir "Turn out The lights" por várias vezes seguidas (história verídica). Da mesma forma sou a louca da Phoebe Bridgers, seguindo ela em todas as redes sociais e ouvindo religiosamente o "Stranger in The alps". Imagina juntar essas duas mais Lucy Dacus (que não conhecia até este projeto) e montar UMA BANDA?

O resultado é o primeiro EP autoentitulado da Boygenius recheado do tipo de música que me faz ficar a vida escutando: indie rock, indie folk + vocais femininos (em harmonia que nem as maravilhosas da The Staves).

Thai indica: Bite the Hand e Ketchum,ID